Os resultados financeiros da Bayer em 2024 ficaram longe do ideal. A empresa fechou no vermelho pelo segundo ano consecutivo, com um prejuízo líquido de € 2,55 bilhões. O principal motivo para o desempenho foi o resultado de sua principal unidade de negócios, a Crop Science.
As vendas da divisão de produtos agrícolas recuaram 4,3% no ano passado e totalizaram € 22,25 bilhões. E o grande destaque negativo ficou por conta da América Latina onde as vendas caíram 12,9% para € 6,25 bilhões.
“Dois mil e vinte e quatro foi um ano desafiador para a agricultura e os agricultores. E nosso negócio não ficou imune. Ventos contrários do mercado, obstáculos regulatórios e pressões competitivas impactaram nosso desempenho e testaram nossa resiliência”, disse Rodrigo Santos, chefe da divisão Crop Science da Bayer.
Diante desse cenário, a empresa se apressou em tentar apresentar um plano que possa, pelo menos, indicar uma luz no fim do túnel. Contudo, 2025 pode ser apenas o início de um movimento de recuperação. A própria empresa admite que a retomada do mercado será lenta.
Segundo Santos, a receita bruta da Bayer Crop Science neste ano pode oscilar entre uma queda de 2% em relação a 2024 e um crescimento da mesma ordem. Já a margem Ebitda é esperada que fique entre 18% e 20%. Em 2024, a margem Ebitda foi de 19,4%.
Nos planos da Bayer, seu segmento de sementes deve registrar um leve recuo nos Estados Unidos com o fim da patente do Dicamba. Já para a América Latina e demais regiões é projetado um crescimento de dois dígitos.
Na área de proteção de cultivos, o aumento da área plantada tende a impulsionar as vendas do segmento. No que se refere especificamente ao glifosato, um dos carros-chefe que vieram com a aquisição da Monsanto, ele ganhará um negócio gerenciado separadamente.
Os próximos cinco anos
Para sair da crise, a Bayer Crop Science está estabelecendo o que tem sido chamada de “Estrutura de Cinco anos”. O plano se baseia em três fases. Na primeira, a ideia é fortalecer as fundações do negócio. A segunda consiste em capitalizar o valor do pipeline de produtos em seu “core”. Por fim, na terceira fase, a ideia é expandir as linhas para além do “core business”.
“Ao executar as duas primeiras fases da nossa estrutura, esperamos gerar mais de € 1 bilhão em melhoria de margem, mais de € 1,5 bilhão em caixa acumulado adicional por meio de melhorias de capital de giro e mais de € 3,5 bilhões em receita incremental por meio de inovação antes do fim da década”, disse Santos.
Segundo o executivo, os esforços da primeira fase estão concentrados no portfólio de produtos, pesquisa e desenvolvimento, produção, entrada no mercado, digital e funções de habilitação. Para gerar o caixa, já estão em curso medidas para otimizar a posição de estoque, por meio da responsabilização de ponta a ponta em toda a produção, cadeia de suprimentos e comercial.
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