Nem só de temperos vive a Ajinomoto. Fundada em 1909 no Japão, a companhia é uma das maiores produtoras de aminoácidos do mundo, e essas moléculas estão por trás do crescimento das vendas de fertilizantes especiais da multinacional no Brasil, onde está presente desde 1956. Depois das turbulências que afetaram os mercados brasileiro e global de nutrição vegetal após a invasão russa na Ucrânia, o negócio voltou a avançar em ritmo forte no ano passado e o cenário também é positivo em 2025.
Nesse segmento, a Ajinomoto trabalha com duas linhas básicas de produtos, mas tanto aqueles que são aplicados no solo quanto os foliares, mais elaborados, têm a cana como insumo principal, enriquecida com os aminoácidos produzidos pela empresa. Na década encerrada em 2022, as vendas da múlti nessa frente no Brasil aumentaram dois dígitos por ano, em média, mas a tendência foi interrompida em 2023, quando houve estabilidade diante das fortes oscilações de preços dos fertilizantes em geral. Mas a retomada não demorou.
O atual ano-fiscal da companhia vai terminar no fim deste mês, mas César Vilela, gerente da Unidade de Agronegócios da Ajinomoto do Brasil, adiantou que o aumento das vendas de fertilizantes especiais da múlti no país voltou a ser de dois dígitos em 2024. “O agronegócio é muito resiliente no Brasil, e a tendência é que 2025 [o exercício começará em abril] seja outro bom ano”, disse o executivo ao NPagro. Lavouras de café absorvem cerca de 30% dos produtos comercializados. Uva, banana e manga. respondem por 40%, e os grãos (milho e soja) representam 10%.
Os fertilizantes especiais da Ajinomoto são produzidos em duas fábricas em São Paulo, nos municípios de Laranjal Paulista e Limeira, e negociados basicamente por meio de revendas de insumos. São aproximadamente 250 parceiros em todo o país – exceto na região Norte, em decorrência dos fretes elevados. Em geral, custam entre 5% e 10% mais que a ureia, por exemplo, mas são capazes de ampliar entre 10% e 15% a produtividade das plantações, de acordo com Vilela. Do faturamento total da Ajinomoto do Brasil, que supera R$ 3 bilhões por ano, respondem por entre 1% e 2%..
Outro diferencial realçado por Vilela é que a produção dos fertilizantes se dá por um processo natural de fermentação microbiológica, que não agride o ambiente em sua aplicação. As linhas mais básicas, usadas no solo, respondem pelo maior volume de vendas, mas os fertilizantes foliares, mais sofisticados, oferecem maiores margens. Em boa parte dos casos, ambas as linhas são aplicadas de forma complementar. Conforme Vilela, ainda há grande potencial de crescimento para os foliares, mesmo nas culturas que já são atendidas pela companhia.
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