Há alguns anos, o governo da Arábia Saudita vem se esforçando para reduzir sua dependência da importação de alimentos. Desde a pandemia de Covid-19 e o início da guerra entre Ucrânia e Rússia, quando as cadeias de abastecimento foram impactadas, as conversas têm se acelerado.
A mais recente conquista do reino saudita foi o anúncio da construção de uma nova fábrica de alimentos processados à base de frango em Jeddah, a segunda maior cidade da Arábia Saudita.
O investimento de US$ 160 milhões será feito pela BRF Arabia Holding Company, joint venture entre a empresa brasileira, que tem 70% do capital, e da Halal Products Development Company (HPDC), subsidiária do fundo soberano saudita, dona dos demais 30%.
A nova operação será a sétima indústria da BRF no Oriente Médio e a terceira apenas na Arábia Saudita. A nova fábrica deve entrar em operação em meados de 2026, com uma capacidade de produção de 40 mil toneladas por ano e importando a matéria-prima necessária para a fabricação dos alimentos processados do Brasil.
“O investimento representa mais um avanço em nossa estratégia de presença global e fortalece nossa atuação em um mercado estratégico, além de consolidar a parceria com o reino da Arábia Saudita em sua agenda de segurança alimentar”, destaca Marcos Molina, presidente do conselho de administração da BRF.
O novo investimento da BRF tem, de fato, um viés estratégico. O Oriente Médio é um dos maiores mercados para a carne de frango do Brasil. Porém, é também político. O governo saudita tem exercido uma certa pressão sobre seus fornecedores para que invistam no país e reforcem a produção local.
Em janeiro, a própria BRF anunciou a compra de 26% da saudita Addoha Poultry Company, por US$ 84,3 milhões. O negócio marcou a estreia da BRF na produção e abate de frango halal, sistema que segue as regras da religião islâmica.
Mas não é apenas a BRF que sente a pressão do reino. A JBS prometeu quadruplicar sua produção na Arábia Saudita com a construção de uma fábrica também em Jeddah. Em meados do ano passado, a empresa anunciou um investimento de US$ 50 milhões para levantar uma fábrica de empanados, meses depois de ter iniciado a operação de uma planta em Dammam, também na Arábia Saudita.
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