A onda de pedidos de recuperação judicial que ganhou força em 2024 no campo brasileiro, e se estende por 2025, assustou muitos agentes do mercado financeiro e de capital. Contudo, as RJs ainda representam uma parcela muito pequena do real tamanho do agronegócio nacional.
Prova disso é o que acontece no mercado de aviação executiva, onde o agronegócio tem ganhado cada vez mais relevância. Na TAM Aviação Executiva, por exemplo, 45% de todas as vendas de aeronaves são direcionadas para o agronegócio.
Há 17 anos presente na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), a empresa vendeu mais de uma aeronave por dia durante a feira do ano passado, além dos negócios iniciados no evento e fechados posteriormente. Para este ano, a expectativa é, pelo menos, repetir o número de 2024 (sete aeronaves), mas o sentimento dos executivos é que a marca será superada.
“Temos obtido sucesso e fechado negócios durante a feira, tanto que estamos voltando todos os anos. O agronegócio é um dos pilares da economia, e mal assistido do ponto de vista de linhas aéreas comerciais, que atendem apenas 150 municípios de todo o Brasil”, disse ao NPagro Leonardo Fiuza, presidente da TAM AE.
A empresa representa no Brasil três grandes fabricantes americanas – Cessna, Beechcraft e Bell -, e trabalha com 23 produtos. Desses, dez atendem diretamente ao agronegócio, que possui características distintas modelos voltados às regiões urbanas. “São aeronaves que pousam em terra, grama ou cascalho, com motores a pistão, turbo hélice e até mesmo jatos”, disse Fiuza.
Segundo o executivo, os empresários rurais mudaram nos últimos anos a forma de comprar as aeronaves. No passado, era comum optarem pelo financiamento. Hoje, parte do valor é dado como sinal na assinatura do contrato e o restante pago à vista no momento da entrega.
Duas são as razões. A primeira é a saúde financeira do produtor em geral, apesar das RJs. E a segunda é o custo do capital. Com as taxas de juros em patamares elevados, a preferência é manter o capital investido na atividade do que pagar pelo juro do financiamento.
“Nossas aeronaves vão de US$ 700 mil a US$ 28 milhões e temos um backlog [prazo de entrega] de até dois anos. Ainda assim, estamos muito otimistas com os resultados da Agrishow deste ano”, disse Fiuza.
Estimativas da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) indicam que a frota de aeronaves destinadas à aviação geral cresceu quase 6% em 2024, para 10.632 unidades. Desse total, cerca de 20% são aviões agrícolas, destinados, essencialmente, para o tratamento das lavouras.
Nessa categoria aparece o tradicional Embraer Ipanema, o primeiro avião movido a etanol do mundo. Nos últimos três anos, 180 novas unidades foram comercializadas, segundo a empresa.
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