A AgroGalaxy, que controla uma das maiores redes de varejo de insumos do país, encerrou o quarto trimestre de 2024 com prejuízo líquido ajustado de R$ 292,4 milhões, ante lucro líquido ajustado de R$ 107,9 milhões em igual intervalo de 2023. A empresa registrou prejuízo antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 206,3 milhões no período, ante resultado positivo de R$ 281,7 milhões entre outubro e dezembro do ano anterior, e sua receita líquida recuou 69,3% na comparação, para R$ 741 milhões.
Em todo o ano passado, o prejuízo líquido ajustado da companhia chegou a R$ 2,483 bilhões, ante perda de R$ 334,5 milhões em 2023. O Ebitda ajustado foi negativo em R$ 1,623 bilhão, contra um resultado positivo de R$ 342,2 milhões no ano anterior, e a receita líquida anual recuou 50,9%, para R$ 4,612 bilhões. Diante do aprofundamento de problemas financeiros que começaram depois das turbulências no mercado global de insumos, sobretudo após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a AgroGalaxy aprovou no último dia 10 de abril, em assembleia geral de credores, seu plano de recuperação judicial.
“O plano aprovado contempla diferentes alternativas de pagamento aos credores parceiros, o que permitirá a construção de cenários mais precisos e a definição clara do valor final da dívida reestruturada. A companhia também continuará atenta a oportunidades de monetização de ativos, como a venda de carteiras de recebíveis, estratégia já em execução para reforço da liquidez”, afirma Eron Martins, presidente da AgroGalaxy, em texto que acompanha os resultados divulgados nesta terça-feira. A crise da companhia vem afetando seus resultados tanto nas vendas de insumos quanto na área de grãos.
No fim de janeiro, a empresa assinou um memorando de entendimento para a potencial venda de um portfólio de dívidas vencidas, para otimizar sua estrutura de capital. Em 31 de março, foi protocolada, já no processo de recuperação judicial, uma proposta vinculante para a aquisição desses créditos (incluindo vencidos e não pagos), que totalizam R$ 683 milhões. “O pagamento será composto por uma parte fixa, calculada com base no valor de face dos créditos, e uma parte contingente, correspondente a 50% do valor desses créditos que vier a ser recuperado”, explica a AgroGalaxy.
Também como parte da profunda reestruturação em curso, no fim de fevereiro o conselho da empresa aprovou uma proposta de grupamento da totalidade de ações ordinárias de sua emissão, na proporção de 15 para 1, que resultará em quase 17 milhões de papéis após a conclusão do processo, previsto para o dia 5 de maio. A operação não vai gerar mudanças no capital social da AgroGalaxy. No fim de 2024, a dívida líquida ajustada da empresa alcançava R$ 1,7 bilhão, 24% maior que um ano antes.
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