Com o mercado americano andando de lado e estabilidade também na Europa, o Brasil vem ganhando cada vez mais importância para os negócios da divisão de Saúde Animal da multinacional alemã Boehringer Ingelheim. Com crescimentos anuais de dois dígitos nos últimos cinco anos, o país é um dos dez maiores em vendas da unidade no mundo, foi o que mais avançou em 2024 e, não menos importante, é talvez o que tenha maior potencial para se desenvolver nos próximos anos.
Segundo dados divulgados pela companhia, que tem controle familiar e capital fechado, em 2024 sua receita líquida total alcançou 27 bilhões de euros, 4,6% mais que em 2023. Na unidade de negócios de Saúde Humana, o incremento foi de 5,6%, para 21,9 bilhões de euros, enquanto na área de Saúde Animal as vendas globais foram 0,5% maiores e atingiram 4,7 bilhões de euros. Desse total, os produtos para pets responderam por 61%, os voltados para animais de produção (ruminantes, aves e suínos) representaram 33% e os medicamentos para equinos ficaram com os demais 6%.
Com cães e gatos vivendo mais e a atenção cada vez maior dos tutores com prevenção, os pets têm alavancado o segmento de saúde animal no mundo, mas o aumento da demanda por proteínas também tem peso importante para essa evolução. Em 2024, informou a Boehringer com base em dados da Precedence Research, o mercado global atingiu US$ 57,7 bilhões em vendas, montante 4% superior ao do ano anterior, e a expectativa é chegar a US$ 76,8 bilhões em 2030.
Nesse processo, inovação é o nome do jogo, e a divisão de Saúde Animal da Boehringer investiu 498 milhões de euros em pesquisa e desenvolvimento apenas em 2024, como realçou Joana Adissi, head da unidade no Brasil, em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira. Entre as novidades da companhia que chegaram recentemente ao mercado brasileiro, estão uma vacina oral para suínos contra a salmonella, um suplemento oral de cálcio para vacas leiteiras, uma solução tópica mensal contra pulgas, sarnas e vermes em gatos, uma solução para cães com insuficiência cardíaca e uma vacina vetorizada para aves contra o vírus HN e a doença de Newcastle, entre outras.
Uma das inovações que mais chamam a atenção é o suplemento oral de cálcio para vacas leiteiras, capaz de combater o mastite (inflamação da glândula mamária), elevar a produtividade e melhorar o bem-estar, inclusive após os partos. “A hipocalcemia subclínica não é visível. Silenciosa, a doença pode causar muitos problemas para os pecuaristas”, afirmou Diego Souza, diretor de grandes animais de Boehringer no Brasil, ao NPagro. O suplemento, concentrado em uma cápsula, é aplicado com um equipamento especial, e a múlti oferece assistência aos produtores que julguem ser necessário.
Com a renovação constante do portfólio, o objetivo da Boehringer, no Brasil, é continuar crescendo mais que o mercado, como nos três últimos anos. Conforme a empresa, em 2024 o avanço de sua unidade de negócios de Saúde Animal no país foi liderado por pets, aves e equinos e chegou a 12,6%, ante 10,8% do segmento em geral.
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