A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou para 325,7 milhões de toneladas sua estimativa para a produção de grãos no Brasil nesta temporada 2024/25, que está em fase de colheita da safra de verão e plantio das culturas de segunda safra. O volume previsto, recorde, é quase 3,5 milhões de toneladas superior ao projetado em janeiro e representa um incremento de 9,4% em relação ao total obtido em 2023/24.
Boa parte do ajuste para cima observado decorre da melhora do cenário traçado pela estatal para a segunda safra de milho. De acordo com os novos números da Conab, a safrinha deverá chegar a 96 milhões de toneladas, 1,4 milhão de toneladas a mais que o estimado no relatório divulgado em janeiro e volume 6,4% maior que o da temporada passada. Nos trabalhos de campo que realizou no mês passado, a estatal constatou clima em geral favorável às lavouras.
Com o crescimento da safrinha e uma leve correção para cima na produção de milho verão, que deverá alcançar 23,6 milhões de toneladas (+2,7%), a produção total de milho passou a ser calculada pela Conab em 122 milhões de toneladas, ante as 119 milhões previstas em janeiro e as 115,7 milhões de toneladas de 2023/24. Se confirmada, representará um novo recorde.
Para a soja, carro-chefe do agro brasileiro, a Conab ajustou sua expectativa de colheita para 166 milhões de toneladas, levemente abaixo do estimado no relatório do mês passado mas volume, ainda recorde, 12,4% maior que o da temporada passada. O salto se explica pelos problemas climáticos que prejudicaram a colheita em 2023/24, principalmente em Mato Grosso. Puxada pela soja, a produção de grãos do Estado deverá totalizar 98,8 milhões de toneladas em 2024/25, com aumento de 6%.
Esse salto em Mato Grosso até agora está compensando frustrações em algumas áreas da região Sul e de Mato Grosso do Sul, onde o déficit hídrico fará a colheita ficar abaixo do inicialmente esperado. Segundo fontes ligadas às cooperativas do Paraná, os problemas climáticos observados não se comparam aos do ano passado, mas são suficientes para restringir a produção e limitar a recuperação dos volumes perdidos em 2023/24.
No caso de arroz e feijão, a Conab continua a estimar crescimentos da oferta. A estatal projeta a colheita de arroz em 11,8 milhões de toneladas, com aumento de 11,4%, e a das três safras de feijão em 3,3 milhões de toneladas, em alta de 3,2%. Para o algodão em pluma, finalmente, o volume de produção previsto é de 3,8 milhões de toneladas, 1,6% superior ao do ciclo passado.
IBGE
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a colheita total de grãos somará o recorde de 325,3 milhões de toneladas este ano, com aumento de 11,1% ante 2024. Serão, portanto, 32,6 milhões de toneladas a mais. A área a ser colhida deverá chegar a 80,9 milhões de hectares, um avanço de 1,8 milhão de hectares na comparação. Soja, milho e arroz representam 92,9% da colheita total de grãos estimada pelo IBGE para 2025.
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