A paisagem vista pelos dirigentes das montadoras de máquinas agrícolas mudou pouco em 2025. Os pátios seguem lotados de tratores e colheitadeiras e o fluxo de entrada dos equipamentos parece ainda ser maior do que o de saída.
A cena pode ser traduzida nos resultados financeiros das montadoras. A gigante americana de máquinas Deere, por exemplo, viu seu lucro líquido encolher expressivos 50% no primeiro trimestre de seu ano fiscal, encerrado em janeiro.
Os US$ 1,75 bilhão que sobraram no caixa no primeiro trimestre do ano passado se transformaram agora em US$ 869 milhões. Ainda assim, a empresa manteve sua previsão para o resultado consolidado de 2025, quando espera chegar a um lucro líquido entre US$ 5 bilhões e US$ 5,5 bilhões.
“A estabilidade de nossa orientação de lucro líquido não apenas reflete nossa resiliência em um mercado desafiador, mas também permite que nossos investimentos estratégicos sustentados forneçam melhores resultados para nossos clientes ”, disse o CEO John C. May em seu comunicado ao mercado.
Ainda que a previsão mais otimista se confirme, o lucro líquido projetado para 2025 representaria uma retração de 22,6% ante os US$ 7,1 bilhões de 2024. E significaria o segundo ano consecutivo de queda nos resultados finais da companhia. Em 2024 a empresa registrou uma queda de 30% em seu lucro.
Na prática, a John Deere está vendendo menos, assim como todas as suas concorrentes. A receita líquida do primeiro trimestre recuou 30% no primeiro trimestre, para US$ 8,5 bilhões.
Todas as divisões da companhia viram seus números encolher. Na de máquinas e agricultura de precisão – a maior de todas – as vendas somaram US$ 3,06 bilhões (-37%), com lucro operacional de US$ 338 milhões (-68%).
Já na unidade de jardinagem e agricultura de pequeno porte, a receita trimestral foi de US$ 1,75 bilhão (-28%), com lucro operacional de US$ 124 milhões (-62%). Na divisão florestal e de construção, as vendas somaram US$ 1,99 bilhão (-38%) e resultado operacional de US$ 65 milhões (-89%).
“O desempenho da Deere no primeiro trimestre destaca nosso foco contínuo na otimização dos níveis de estoque de equipamentos novos e usados em meio às condições de mercado incertas que nossos clientes estão enfrentando”, disse May.
No ano passado, a John Deere anunciou a venda de 50% do seu banco no Brasil para o Bradesco. A operação, tratada como uma joint venture, foi concluída no último dia 11 de fevereiro e tem por objetivo reduzir o risco incremental da montadora.
Essencialmente, o Banco John Deere financia a aquisição de equipamentos agrícolas, de construção e florestais, tanto no atacado quanto no varejo. O aporte do Bradesco foi realizado por meio de sua holding de investimento.
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