O processamento de cana na safra 2024/25 no Centro-Sul do país foi concluído com a segunda melhor marca da história. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela Unica, entidade que representa as usinas da região, o volume somou 621,88 milhões de toneladas, menor apenas (4,98%) que o registrado na temporada 2023/24 (654,45 milhões). O ciclo 2025/26 começa oficialmente em abril.
Após bater recorde no ciclo anterior, a produtividade média dos canaviais do Centro-Sul recuou 10,7%, para 77,8 toneladas por hectare em 2024/25, conforme levantamento do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), empresa controlada por grandes grupos do setor e pelo BNDES. No Estado de São Paulo, que respondeu por 57,5% da moagem da região, a queda foi de 14,3%, para 77,6 toneladas por hectare.
Já a qualidade da cana colhida na safra 2024/25 no Centro-Sul, medida em volume de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), subiu 1,33%, para 141,07 quilos por tonelada de matéria-prima. “O ciclo agrícola foi marcado por uma série de desafios agronômicos, operacionais e climáticos. O estresse hídrico ao longo dos meses de desenvolvimento da lavoura afetou a produtividade agrícola e a pureza do caldo da cana-de-açúcar processada, impactando o rendimento na fabricação de açúcar”, afirma Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da Unica, em comunicado.
“No segundo semestre de 2024, ainda tivemos a ocorrência de incêndios criminosos e acidentais em várias regiões produtoras, especialmente no Estado de São Paulo, que exigiram esforços das unidades produtoras para minimizar os danos causados”, diz ele.
De acordo com a Unica, a produção de açúcar atingiu 40,07 milhões de toneladas em 2024/25, 5,31% a menos que no ciclo anterior, quando um novo recorde foi batido (42,42 milhões de toneladas). A produção de etanol, em contrapartida, aumentou 4,06% e chegou a 34,96 bilhões de litros, maior volume já registrado. A produção de etanol de milho cresceu 30,7%, para 8,19 bilhões de litros (24,43% da produção do biocombustível no Centro-Sul).
Embora tenham caído em março, as vendas totais de etanol das usinas da região alcançaram 21,73 bilhões de litros na temporada que chegou ao fim, com forte incremento de 16,44% em relação ao ciclo 2023/24. A demanda por etanol hidratado (usado diretamente nos tanques dos veículos) no mercado doméstico subiu 22,87% na comparação, graças aos preços vantajosos ante os da gasolina.
“No ciclo 2024/25, além da economia de R$ 6 bilhões gerada aos proprietários de veículos flex fuel, o consumo de etanol evitou a emissão de 48,4 milhões de toneladas de CO2eq. Para efeito de comparação, essa emissão evitada é equivalente às emissões anuais do Equador”, destaca Luciano Rodrigues.
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