A Raízen, líder global do setor sucroalcooleiro, encerrou o terceiro trimestre de seu atual exercício, em dezembro, com prejuízo líquido de R$ 2,571 bilhões, ante lucro líquido de R$ 793,3 milhões em igual intervalo do ano-fiscal anterior. Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 20,5%, para R$ 3,123 bilhões, e a receita líquida da companhia cresceu 14,3%, para R$ 66,872 bilhões.
Em relatório de resultados divulgado há pouco, a companhia afirma que o prejuízo foi causado pela menor contribuição dos resultados operacionais e pelo aumento das despesas financeiras, incluindo efeitos não recorrentes. Já o Ebitda ajustado refletiu o avanço nas vendas de açúcar e etanol, compensadas pelo menor resultado nas operações de trading em todos os negócios.
“Além disso, o resultado leva em consideração a perda de moagem em decorrência do clima e das queimadas ocorridas em agosto do ano passado, afetando a qualidade da cana e o mix de produção. Com isso, houve redução substancial da produção de açúcar e menor disponibilidade de produto, resultando em uma dinâmica de custos menos favorável devido ao efeito de menor diluição sobre a parcela fixa dos custos e impactos inflacionários”, informou a companhia.
Do início da safra atual, em abril de 2024, até dezembro, a Raízen processou 77,5 milhões de toneladas de cana, 6,9% menos que nos primeiros nove meses da temporada passada. A produção de açúcar recuou 12,5%, para 5,1 milhões de toneladas, e a de etanol registrou leve aumento de 0,4%, para 3,1 milhões de metros cúbicos. O mix de produção ficou empatado, enquanto em 2023/24 o açúcar respondeu por 53%.
No relatório, a Raízen destacou que a queda na moagem, decorrente do clima severamente seco, prejudicou o desenvolvimento e a produtividade da cana, e lembrou dos danos causados pelas queimadas generalizadas que atingiram os canaviais da região Centro-Sul a partir de agosto de 2024.
“Mais de 6 milhões de toneladas de cana própria e de fornecedores da Raízen foram afetadas pela ocorrência de queimadas. A piora da qualidade da cana também gerou desafios para cristalização e produção de açúcar, compensada por um aumento proporcional na produção de etanol. Por consequência, a eficiência industrial foi prejudicada, resultando na diminuição do ritmo de moagem e nos níveis de produção, com menor disponibilidade de produto para venda”, afirmou a empresa.
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